Gerenciar as finanças de um hospital é um desafio constante. Os custos operacionais são elevados, e qualquer falha no ciclo da receita pode comprometer a sustentabilidade da instituição. O faturamento hospitalar deve seguir uma lógica implacável: tudo o que for produzido deve ser faturado e tudo o que for faturado deve ser recebido. Para garantir esse fluxo sem falhas, é essencial que todos os processos financeiros estejam bem alinhados, funcionando como uma engrenagem precisa.
O Processo de Faturamento
O faturamento hospitalar começa na assistência, onde cada procedimento, consulta, exame ou internação precisa ser devidamente registrado. Esse registro gera contas que, posteriormente, são enviadas para operadoras de planos de saúde, convênios ou diretamente para os pacientes. A correta codificação e conferência dessas contas são essenciais para evitar glosas e perdas financeiras.
A controladoria de finanças assume um papel estratégico nesse fluxo, garantindo que todos os valores sejam devidamente cobrados e recebidos dentro do prazo estipulado. Acompanhar de perto os indicadores de faturamento e recebimento permite antever possíveis gargalos e reduzir inadimplências.
Engrenagem Financeira: Todos os Processos Conectados
Para que o hospital maximize suas receitas e minimize perdas, todos os setores precisam estar integrados. Atendimento, faturamento, auditoria e cobrança devem trabalhar juntos, garantindo que não haja falhas na descrição dos serviços prestados, erros na codificação ou atrasos nos envios das faturas. Pequenos deslizes podem gerar impactos financeiros expressivos, comprometendo o equilíbrio econômico do hospital.
Manter uma comunicação fluida entre os departamentos também auxilia na identificação de possíveis glosas e ajustes antes mesmo do envio das faturas, reduzindo a necessidade de refaturamento e aumentando a eficiência do ciclo da receita.
A Importância da Gestão da Inadimplência
A inadimplência é um dos maiores desafios da gestão financeira hospitalar. Contar com uma régua de cobrança bem estruturada pode ser a diferença entre um fluxo de caixa saudável e um hospital em dificuldades financeiras.
A régua de cobrança deve prever um script de ações a serem seguidas desde o vencimento da nota fiscal até a tomada de medidas mais drásticas, como notificações formais e, em casos extremos, a suspensão dos serviços à operadora ou órgão inadimplente. No entanto, essa suspensão deve obedecer a um trâmite legal rigoroso, garantindo que os pacientes não sejam prejudicados.
Outro ponto importante é investir em tecnologia e automação para o monitoramento das contas a receber. Softwares de gestão hospitalar auxiliam no acompanhamento de prazos, evitando esquecimentos e facilitando a negociação com os devedores.
Conclusão
O ciclo da receita hospitalar precisa ser tratado como prioridade dentro da gestão financeira. Uma operação eficiente, onde cada serviço prestado é corretamente faturado e cobrado, garante a sustentabilidade da instituição e a continuidade dos atendimentos de qualidade. A controladoria de finanças deve atuar como guardiã desse processo, garantindo que todas as engrenagens estejam funcionando de forma sincronizada para evitar perdas e maximizar os resultados.